O nosso cérebro é multitarefa?

   Quem teve a experiência de dirigir um carro escutando música possivelmente já percebeu que quando o trânsito se torna mais intenso automaticamente deixamos de prestar atenção à música. Por outro lado, quando o trânsito está tranquilo podemos cantar e acompanhar as melodias que tocam no rádio.

   A atenção é uma função cognitiva imprescindível para a interação do ser humano com o ambiente, ela diz respeito à capacidade do indivíduo em responder a determinados estímulos em detrimento de outros.

   Imaginem um palco em que um feixe de luz ilumina o exato local em que um cantor se apresenta. A atenção funciona como se fosse esse feixe de luz que deixa em evidência ou se concentra em elementos específicos do ambiente.

   Pode se classificar a atenção em dois tipos. A atenção reflexa é aquela em que um estímulo aparece e desloca o foco atencional para esse novo ponto, como alguém que balança as mãos no restaurante para chamar o garçom. Por sua vez, a atenção voluntária é aquela que permite focar intencionalmente em algo, como ao se concentrar na leitura do artigo que será discutido na aula.

   Embora o cérebro seja uma estrutura complexa, ele não consegue examinar de maneira efetiva todos os estímulos ao mesmo tempo, por isso, ele seleciona os mais significativos. Isso implica em dizer que o cérebro só é multitarefa quando são realizadas atividades sequenciais. A cada atividade, o feixe de luz está brilhando intensamente sobre um ponto, um foco. Isso não ocorre com atividades simultâneas que acabam por competir pelo feixe de luz, dividindo-o e reduzindo sua intensidade.

   Dessa forma, compreende-se que para a aquisição de novos conhecimentos é necessário foco, pois a atenção dividida prejudica diretamente o aprendizado.

Referências Bibliográficas:

  • BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências - Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre 2ª ed, Artmed Editora, 2002.
  • COSENZA, Ramon; GUERRA, Leonor. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011
  • Lima RF. Compreendendo os mecanismos atencionais. Ciênc Cognição 2005; (l6):113-22
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